Marcha para Jesus atrai multidão em SP



Nossa Senhora Aparecida, tida por católicos como a padroeira do país, não tem vez na Marcha para Jesus. “O Brasil não tem uma senhora, o Brasil tem um senhor, e o nome dele é Jesus”, disse Fernandinho, no palco deste que é o maior evento evangélico nacional.

Ele é uma das várias estrelas gospel escaladas para se apresentar nesta quinta (20) de Corpus Christi, na 27ª edição da Marcha para Jesus —e a primeira com participação de um presidente.

Jair Bolsonaro, que em campanha eleitoral no ano passado já havia ido ao evento, prometeu voltar se eleito. Assim foi. Ele é aguardado para falar no palco nesta tarde. 


A fé evangélica refuta a veneração de imagens, como as representações de santos presentes em igrejas católicas. 

Juntos, evangélicos e católicos formam o bloco cristão, maior quinhão religioso no país. A relação entre os dois segmentos nem sempre foi boa.

O auge da hostilidade foi em 1995, quando, em programa da Record, um bispo da Universal do Reino de Deus chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida. O bispo Edir Macedo criticou o ato 20 anos depois, no SBT: “Foi um chute no estômago”.

Fiéis na Marcha para Jesus, em São Paulo - Eduardo Anizelli/ Folhapress

A Marcha para Jesus reúne sobretudo evangélicos, embora seja possível esbarrar com pessoas de outros credos. 

Seu idealizador, o apóstolo Estevam Hernandes, da Renascer em Cristo, fez as vezes de mestre de cerimônias. E lançou um desafio àqueles que não creem. Lembrou de um sujeito que pediu: “Me prova que Jesus existe”. 

Em seguida, pediu à plateia concentrada numa praça na zona norte paulistana: “Levanta o pé direito e dá um pisão na cabeça do satanás”. O chão tremeu.

Fiéis durante a Marcha para Jesus, em São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress

A multidão na frente do palco é praticamente intransponível. A área está tomada pelo público que assiste aos shows gospel, em músicas quase sempre finalizadas com um “amem”.

Nas imediações, um vendedor de camisetas colocou um totem com uma foto em tamanho real de Bolsonaro com a faixa de presidente.

Participantes tiraram fotos —alguns faziam gesto de arma com os braços, outros faziam um coração com as mãos.

O apóstolo Valdemiro Santiago, da Mundial do Poder de Deus, disseque orar pelo presidente é dever de todo evangélico, pois “toda autoridade é constituída por Deus”.
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