No memorial do 11 de setembro em Nova York, parentes das vítimas leram e evocaram - muitas vezes em lágrimas - os nomes e lembranças das 2.977 pessoas que morreram nos três locais dos ataques.
"Te amamos e sentimos sua falta", muitos disseram enquanto música de violino tocava em uma cerimônia oficial que contou com as presenças do presidente Joe Biden e dos ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton.
Pequenas comemorações também aconteceram nos postos de bombeiros de Nova York e em eventos no Pentágono e em Shanksville, na Pensilvânia, onde George W. Bush, presidente dos Estados Unidos quando ocorreram os piores ataques em solo americano da história, lamentou a desunião do país.
"Nas semanas e meses que se seguiram aos ataques de 11 de setembro, tive orgulho de liderar um grupo impressionante, resiliente e unido", disse o ex-presidente em Shanksville, onde caiu o último dos quatro aviões comerciais, lançados por 19 terroristas, a maioria sauditas, contra os principais símbolos do poder americano.
"Se falamos da unidade dos Estados Unidos, esses dias parecem distantes", lamentou.
Na mesma linha, a vice-presidente Kamala Harris se referiu à polarização política e pediu "unidade" e o fortalecimento de "nossos laços comuns".
No dia anterior, Biden também havia apelado à união em mensagem gravada. "Vamos mostrar nos próximos quatro, cinco, seis, dez anos que as democracias podem funcionar ou não?", perguntou o presidente neste sábado, em Shanksville.
Trump, que durante seu mandato decidiu acabar com a presença de tropas americanas no Afeganistão, aproveitou a oportunidade para atacar o governo Biden, chamando-o de "inepto" e "incompetente" por causa da forma "horrível" como deixou aquele país.
"É um momento triste pela forma como terminou nossa guerra contra aqueles que tanto devastaram nosso país", criticou Trump, referindo-se também ao ataque terrorista que resultou na morte de 13 militares dos Estados Unidos durante a retirada de civis no aeroporto de Cabul, no dia 26 de agosto.
- Emoção viva -
Um minuto de silêncio foi observado às 8h46 (9h46 de Brasília) no memorial de Manhattan (Nova York), onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center (WTC), exatamente vinte anos após o primeiro avião sequestrado pelos terroristas ter atingido a Torre Norte.
Posteriormente, os parentes homenagearam a memória de cada uma das 2.975 vítimas de 90 nacionalidades dos ataques perpetrados contra duas torres do WTC, o Pentágono, perto de Washington, e na queda de um dos aviões na Pensilvânia.
"Acho que este 20º aniversário foi um marco em muitos aspectos", disse à AFP Joanne Pocher-Dzma, cujo irmão John morreu em uma das torres.
Em duas décadas, o tempo de uma geração, os ataques terroristas mais mortais da História agora estão bem ancorados na história política e na memória coletiva dos Estados Unidos, mas a dor das famílias das vítimas e sobreviventes continua extremamente viva.
A leitura dos nomes das vítimas e das mensagens dos familiares - algumas em espanhol - continuou durante a manhã no memorial de Nova York, pontuado por homenagens musicais - omo a do astro americano Bruce Springsteen e seu "I'll see you in my dreams" no violão.
Muitas pessoas viajaram esta semana, principalmente para Nova York, que acordou sob fortes medidas de segurança, para homenagear as vítimas, 2.753 delas nas Torres Gêmeas. Na Times Square, coração econômico da maior potência mundial, onde as vitórias da América são tradicionalmente celebradas, aconteceu um breve momento de contemplação.
Na base naval norte-americana de Guantánamo, em Cuba, foi realizada uma cerimônia religiosa na presença de parentes das vítimas. "Nesta instalação naval, mais do que em qualquer outro lugar do mundo, lembramos disso todos os dias", disse o comandante da base, capitão Samuel White.