Se a Cidade do Rock tivesse um equipamento que disparasse um alarme cada vez que detectasse fumaça de maconha, o barulho nesta noite seria ensurdecedor. Nas proximidades do Palco Mundo, houve muito cheiro de maconha. A erva foi tema de frase de Samuel Rosa no show do Skank: "Maconha é proibido, mas mensalão pode fazer de novo, né?".
A histeria das garotas foi disparada assim que John Mayer começou seus lascivos solos de guitarra, no penúltimo show do Palco Mundo. Choros, gritos, ataques de nervos e pedidos de casamento eram o que mais se via à frente do namorado de Katy Perry. O jovem Phillip Phillips, revelação do dia, também arrancou suspiros na apresentação anterior.
O amor entre público e estrelas do Rock in Rio só se tornou carnal, no entanto, durante as quase três horas de show de Bruce Springsteen. Ele desceu diversas vezes à plateia, abraçou e foi abraçado, chamou fãs para o palco e os levou uma de volta carregada. Mesmo com muitos fãs cansados, a disposição do jovem senhor Bruce uniu os mais novos e mais velhos.
No primeiro show de Bruce Sprinsteen no Rio, com quase três horas de duração, Bruce começou fazendo a pergunta à plateia que viajou milhares de quilômetros para esta apresentação: "Vocês estão sentindo o astral?". O público sentiu, mesmo que estivesse cansado. Assim como em São Paulo, ele iniciou com uma cover de "Sociedade alternativa", de Raul Seixas (veja ao lado).
Difícil alguém ganhar de Bruce nesse quesito, não só no sábado como em todo o festival. Em show cheio de calor humano, ele chamou cinco fãs para subir ao palco com ele, na música "Dancing in the dark" (veja ao lado). Deu e ganhou abraços e beijos. Em "Hungry heart", beijou a mão de uma fã e ganhou bitoca de volta. Em "Waitin’ on a sunny day", entregou o microfone para um garotinho de dez anos cantar.
John Mayer balançou corações e deixoumulheres à beira de um ataque de nervos na plateia do Rock in Rio. O jovem candidato a "guitar hero", de tatuagens e de lenço na cabeça, foi saudado como "lindo", "perfeito" e "muso". Em vez de cabeludos balançando a cabeça durante os solos, adolescentes aos prantos no telão seguraram cartazes com declarações de amor. Leia a crítica do show.
Phillip Phillips, norte-americano de 23 anos, é menos conhecido no Brasil por seu disco do que por ter vencido o reality show de calouros "American Idol", em 2012. A bonita "Home", sua música mais tocada por aqui, rendeu até coro de "o, oo, oooô" (veja ao lado). Ele ainda tocou covers de "Thriller" (Michael Jackson) e "Lets get it on" (Marvin Gaye). Leia a crítica do show.
O show do Gogol Bordello no Palco Sunset teve correria, pulos, suor, movimentos performáticos, pique de punk rock e tempero cigano. O bigodudo líder Eugene Hütz não parou quieto. Em determinado momento, Hütz "batizou" o show jogando vinho na plateia e em si mesmo. A banda emendou uma sequência quase ininterrupta de nove músicas e ganhou rapidamente o público do Palco Sunset. Leia a crítica do show.
"Maconha é proibido, mas mensalão pode fazer de novo, né?", disse Samuel Rosa durante o show do Skank, que abriu a noite de shows de sábado no Palco Mundo do Rock in Rio. O discurso do vocalista aconteceu depois de "É proibido fumar", de Roberto e Erasmo Carlos, em que o público costuma completar o refrão com "maconha". Leia a crítica do show.
A segunda apresentação de Lenine no Palco Sunset, após parceria com Gogol Bordello, teve concorrência direta com John Mayer no Palco Mundo. As quatro últimas músicas do show foram concomitantes com a outra apresentação. Em situação constrangedora, uma tela promocional do lado esquerdo do público do Sunset mostrava o show de John Mayer no enquanto Lenine cantava. Leia a crítica do show.
"Acabei de ver uns fogos de artifício. Acho que o Rock in Rio começou" (John Mayer, poucas horas antes de sua apresentação no Palco Mundo).
"Non ti capisco, ma va beníssimo", disse o italiano Jovanotti ao abrir o Palco Sunset com a Orquestra Imperial. A frase, que significa "não te entendo, mas tudo bem", foi dita a um fã que o saudou com um "quebra tudo". A fala bem humorada resume bem a boa apresentação do "gringo", que misturou pop e rap com o samba dos músicos brasileiros.Leia a crítica do show.
"Pagode russo", um dos clássicos de Luiz Gonzaga, não é uma das músicas mais prováveis para aparecer em um dia de Rock in Rio. Mas a composição do rei do baião foi tocada não uma mas duas vezes e em shows seguidos. No Palco Sunset, "Pagode russo" surgiu no encontro de Ivo Meirelles e Elba Ramalho e fechou a apresentação do Gogol Bordello com a participação de Lenine. Não por acaso, foi uma das mais festejadas pelo público nos dois shows.
A apresentação com Moraes Moreira e Pepeu Gomes poderia ter colocado Roberta Sá como "peixe fora d'água", já que era uma voz feminina no lugar que já coube a Baby do Brasil nos Novos Baianos. Mas, com reverência a Baby impressa na camiseta, Roberta conseguiu deixar sua marca e fazer a parceria funcionar. "Posso dizer que hoje é um dia dias mais felizes da minha carreira", ela disse, após ser bem acolhida na "família Novos Baianos". Leia a crítica do show.