Nascido em Cruz das Almas, no interior da Bahia, o universitário Luc Kuruta, de 22 anos, achou no Rio de Janeiro um lugar para chamar de lar e assumir sua verdadeira identidade. O novo "carioca", estudante de gastronomia, foi o primeiro aluno não-binário – que não se identifica com um gênero específico – a ter o nome social reconhecido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).Em seu registros na faculdade, na carteirinha e nas listas de chamadas, o nome de batismo como menino – que ele prefere nem divulgar – ficou para trás.
“Desde que eu cheguei na UFRJ, eu venho me chamando de Luc Kuruta e todos os meus colegas assimilaram meu nome automaticamente. Eu não sofri nenhuma represália por isso. Tem pessoas que me chamam de “o” Luc ou “a” Luc, e para mim está correto de toda forma”, diz o estudante.
Nem a saudade dos outros oito irmãos faz Luc pensar em sair da Cidade Maravilhosa quando terminar a faculdade. Ele diz que “se encontrou” profissionalmente e pessoalmente.
A definição de um gênero não provoca mais dor de cabeça:
“Eu tenho que explicar três termos básicos: o que é o cis, o que é o trans e quem é não-binário. Cis é toda pessoa que nasceu em um gênero e se identifica com o mesmo gênero que ela nasceu. Uma pessoa trans é uma pessoa que nasceu com um gênero, mas se identifica com outro. Uma pessoa não-binária é aquela que nasceu em um gênero e não se identifica com um em específico”, disse Luc.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/7/e/6eGr6BT6A2LSMSfU2PDw/09-jorge-soares-g1.jpg)
