Se Christine Fernandes fosse um homem, além da desigualdade salarial, assédio, machismo e tudo o mais que as mulheres enfrentam todos os dias, ela evitaria responder ao menos uma pergunta: sobre a idade. A atriz, desde que deixou de ser considerada jovem num mundo cruel para quem ultrapassa a marca dos 30 anos, é constantemente questionada sobre o que faz para enfrentar o envelhecimento. “Acho isso um sintoma do que nós mulheres vivemos. A objetificação. Homem não tem idade, mas nós, sim”, diz ela à Vogue.
É por isso que Christine se recusa a ser definida não somente pelos seus 51 anos bem vividos, mas também pela profissão. Nascida nos Estados Unidos, ela foi jogadora de vôlei, se tornou modelo no Japão e ganhou fama com o trabalho de atriz no Brasil. Não é pouco! Mas, também, não é o suficiente para a fazer desacelerar. “Tenho ainda muitos sonhos no horizonte. Um deles é me dedicar a escrever e, quem sabe, poder mudar a forma de alguém ver o mundo com o que brota dos meus pensamentos.”
Entre um projeto e outro, Christine também não abre mão de dedicar um tempo para cuidar de si própria. “Pelo menos três vezes por semana faço alguma atividade física durante uma hora, no mínimo. Preciso de endorfina e de musculatura para segurar a gravidade. É física!", acredita. "Isso também ajuda na minha saúde. As consequências como bem-estar são bônus”.