Atualização: Este outdoor foi uma ação de marketing promovida pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, vinculado à Prefeitura de Curitiba. Na ocasião, a então presidente do conselho, Mirella Prosdócimo, afirmou que o intuito era fazer com que a pessoa que se revoltou com a mensagem se tornasse “voz real’ na luta pelos direitos das pessoas com deficiência.
O outdoor provocou polêmica nas redes sociais. Alguns internautas, no entanto, acreditam que seja uma campanha relacionada ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que é comemorado em 3 de dezembro.

No fim da tarde desta segunda-feira (30), a página já tinha mais de 500 curtidas. Entretanto, a maioria dos comentários postados por internautas se posicionou contra a iniciativa.
Na fanpage, não há nenhum contato que identifique os criadores. Mas um post afirma que se trata de "uma entidade com princípios" com uma causa que será defendida com civilidade.
Além disso, a fanpage indica um abaixo-assinado virtual para quem concorda com a ideia. De acordo com a petição pública, os objetivos do movimento são claros: "Queremos parar de ser prejudicados por leis que privilegiam uma minoria e esquecem a maioria. Estas são nossas reivindicações".

Os itens pedidos pelo "Movimento pela Reforma de Direitos" são:
-Redução em 50% das vagas exclusivas pra deficientes
-Fim das cotas para deficientes em empresas
-Redução em 50% de filas e assentos exclusivos para deficientes
-Fim da isenção de impostos na compra de carro zero
-Fim das cotas em concurso público
-Fim da gratuidade para deficientes
Procurada pelo G1, a empresa responsável por locar o espaço do outdoor ainda não estava comentando o assunto.
Repúdio
A advogada Berenice Reis Lessa, presidente da Comissão de Acessibilidade da Ordem dos Advogados do Paraná (OAB-PR), afirmou que a comissão declara repúdio ao ato. Ela se refere à ação como irresponsável e inconcebível: "uma atitude de quem não tem qualificação".
Segundo a advogada, o que o grupo chama de privilégio é a equiparação do direito à cidadania. "A atual Constituição prevê esses direitos, que estão mais delineados e mais garantidos. A lei trata de dar o reconhecimento da igualdade de direitos com os demais cidadãos".
"O absurdo é tanto, demonstra desconhecimento de processos jurídicos. Algumas questões ali colocadas são constitucionais, não se alteram a partir de um movimento, não é uma coisa tão simples assim", explicou Berenice Reis Lessa.
Nesta semana, são celebradas duas datas ligadas ao assunto – na quinta-feira (3), é o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência; e, no sábado (5), comemora-se o Dia Mundial da Acessibilidade.
Os vereadores de Curitiba também repudiaram a ação. Na sessão desta segunda, os parlamentares criticaram o "Movimento pela Reforma de Direitos".
