Nesta segunda (7), a ofensiva russa na Ucrânia chega ao seu décimo segundo dia. Os dois países em conflito podem voltar a discutir hoje.
No sábado, o negociador ucraniano David Arakhamia disse que as negociações aconteceriam nesta segunda, sem fornecer detalhes. Já os russos foram menos assertivos.
"A terceira rodada pode de fato acontecer nos próximos dias, é possível que seja na segunda-feira, dia 7", disse o negociador russo Leonid Slutsky, segundo a agência Interfax.
As delegações ucranianas e russas já tiveram duas rodadas de negociações desde o início da ofensiva, no dia 24 de fevereiro. No último encontro, os países concordaram com a criação de corredores humanitários para a retirada de civis, que não foi respeitada pelo 2º dia consecutivo.
Por que a Rússia decidiu invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022?
Entre as principais razões apontadas, estão: a expansão da Otan pelo Leste Europeu, a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança militar, a contestação ao direito da Ucrânia à soberania independente da Rússia e o desejo de Vladimir Putin de restabelecer a zona de influência da União Soviética.
Por um lado, a Rússia diz querer impedir o que classifica de cerco à sua fronteira com a possível adesão da Ucrânia à Otan, aliança militar de 30 países, que se expandiu pelo
Leste Europeu, incluindo hoje 14 países do ex-bloco comunista.
O ponto central para o ataque seria o sentimento de "estar cercado" do presidente russo, Vladimir Putin, conforme explica Andrew Traumann, professor de Relações Internacionais da UniCuritiba e doutor em História, Cultura e Poder pela Universidade Federal do Paraná. O problema, na visão de Putin, seria a expansão pelo oriente da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) —grupo criado em 1949, após a 2ª Guerra Mundial, para evitar o avanço da União Soviética ao ocidente.