O último mês do inverno de 2023 continua com temperaturas extremamente altas em todo o Brasil. Além disso, previsão da MetSul Meteorologia indica que a onda de calor extremo deverá continuar nos próximos dias, com temperaturas máximas históricas nas cinco regiões do país. Entenda a motivação por trás disso:.
O calor extremo é comum durante a transição entre o inverno e a primavera, segundo Estael Sias da MetSul. Um cenário estranho é sugerido pela previsão, no entanto. Uma bolha de ar quente que existe entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil é a principal responsável pela intensa onda de calor.
“No meio da semana, o ar excessivamente quente se desloca mais em direção ao Centro do Brasil e na segunda quinzena se fortalece entre o Sul, o Centro-Oeste e a Região Sudeste”, explica Estael.
De acordo com um relatório do Metsul, a bolha, ou cúpula, de calor é formada quando uma região de alta pressão permanece sobre ela por dias ou até semanas, prendendo o ar extremamente quente abaixo dela “como a tampa de uma panela”.
foto: reprodução/ MetSul |
Segundo a MetSul, a cúpula de ar quente evita mudanças de temperatura ao desviar sistemas meteorológicos, como potenciais frentes frias. Ele continua: “À medida que o sistema de alta pressão se instala numa área específica, o ar abaixo aquece a atmosfera e limpa a cobertura de nuvens.
No último domingo (18/09), quando a temperatura em São Paulo atingiu 33,9°C, quebrando o recorde anterior estabelecido na quinta-feira (13/09), em 0,6°C. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), “com a configuração de onda de calor, esse valor poderá ser ultrapassado hoje e também no próximo final de semana”.
“A expectativa é que as chuvas fiquem abaixo da média na grande maioria dos estados do país, mas permanecerão bem acima da climatologia histórica do Rio Grande do Sul, com excesso de precipitações”, afirma Estael Sias.
A área, que ainda enfrenta danos de ciclones extratropicais, corre o risco de sofrer tempestades severas com chuvas torrenciais, raios, vento e granizo.
O cenário também reflecte os efeitos do El Nio, um fenómeno ligado ao aumento da temperatura do Oceano Pacífico e às alterações climáticas globais. Segundo Alexandre Nascimento, meteorologista da Nottus, o aumento do uso de recursos naturais pelo planeta é responsável pela intensidade de eventos cada vez mais incontroláveis.