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Segundo dados oficiais, Milei obteve 55,78% dos votos com 14,022 milhões de votos às 21h05, enquanto Sergio Massa, o candidato do governo e ministro da Economia, obteve 44,21% dos votos com 11,114 milhões de votos.
Milei por exemplo, prometeu uma grande reforma econômica que incluiria o encerramento de bancos centrais, a dolarização da economia, o corte de gastos e a implementação de reformas potencialmente difíceis, o que agradou aos eleitores preocupados com a economia, mas alimentou receios de cortes orçamentais noutros. Mas o desafio de Milei será enorme. Trata-se de um governo vazio, de cofres do banco central, de uma dívida de 44 milhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI), de uma inflação de quase 150%. A maioria dos argentinos não confiava totalmente no candidato, o que levou alguns a descrever a votação como a opção do “mal menor”. Nomeadamente, o medo das medidas económicas de Milei e a raiva de Massa e do seu partido peronista devido à crise econômica que mergulhou a Argentina numa dívida profunda.
Uma vitória de Milei poderia, portanto, abalar o cenário político e a trajetória económica da Argentina, com implicações para o comércio de cereais, lítio e hidrocarbonetos. Milei criticou a China e o Brasil, dizendo que não quer ser associada a “comunistas” e quer laços mais fortes com os Estados Unidos.
Milei sucedeu ao peronista Alberto Fernandez como o 12º presidente da Argentina após 40 anos de democracia. No dia 10 de dezembro, os ultraliberais ocuparam a Casa Rosada. Tornou-se um fenômeno político controverso na Argentina nos últimos anos com propostas para dolarizar a economia, privatizar empresas estatais e fechar o banco central.
Milei se identifica como uma "liberal" e é frequentemente comparada a políticos de extrema direita, como o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o brasileiro Jair Bolsonaro. Na frente da política externa, Milei prometeu em retirar a Argentina do Mercosul, um bloco econômico que inclui Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Também se opõe à adesão do Brasil aos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que anunciou a sua expansão para seis novos membros em Agosto passado). Milei também anunciou durante a campanha que não cooperaria com a China e outros governos de esquerda, incluindo o Brasil, liderados por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).