Governador do RN pede ajuda das Forças Armadas em prisões

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Em meio a uma crise no sistema prisional local, o governo do Rio Grande do Norte pediu oficialmente ao governo federal o envio das Forças Armadas para atuar no estado. No último final de semana, 26 pessoas foram assassinadas na penitenciária de Alcaçuz, na Grande Natal. O Ministério da Defesa informou que deverá atender o pedido.









O ofício foi enviado nesta quarta-feira (18) pelo governador Robinson Faria (PSD) ao presidente Michel Temer (PMDB). Na terça, Temer havia oferecido as Forças Armadas justamente para operações específicas em presídios.

No documento encaminhado ao Planalto, o governo potiguar pede ajuda para "operações de busca/identificação de equipamentos eletrônicos e metais, no interior de unidades prisionais". Solicita ainda o "reforço de segurança no perímetro externo (...) com vistas a promover a retomada do controle no sistema prisional, garantindo a lei e a ordem".

É o segundo pedido do tipo para o governo federal. Na segunda-feira (16), houve a solicitação ao ministro Alexandre de Moraes (Justiça) para reforço da Força Nacional para intervir e entrar em Alcaçuz e, a exemplo do pedido desta quarta, também para "promover a retomada do controle no sistema prisional". Na ocasião, o governo acenou com a possibilidade de utilizar as Forças Armadas para ajudar os estados.

Confronto
Os integrantes do Sindicato do RN, a mais numerosa organização criminosa do estado, estão em confronto com o Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina um dos cinco pavilhões de Alcaçuz. Detentos das duas facções rivais estão soltos dentro da penitenciária.

Assim como tem ocorrido desde a matança, vários detentos passaram a noite desta quarta sobre os telhados dos pavilhões. Outros fizeram fogueiras. Desde 2015 Alcaçuz não tem grades nas celas, destruídas durante uma rebelião. Antes, elas existiam, mas ficavam abertas.

O Rio Grande do Norte foi o terceiro estado a registrar matanças em presídios este ano no país. Na virada do ano, 56 presos morreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Outros oito detentos foram mortos nos dias seguintes no Amazonas: 4 na Unidade Prisional Puraquequara (UPP) e 4 na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoal. No dia 6, 33 presos foram mortos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo (Pamc), em Roraima.

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, classificou o massacre em Alcaçuz como "retaliação" ao que ocorreu em Manaus, onde presos supostamente filiados ao PCC foram mortos por integrantes de uma outra facção do Norte do país.
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